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Deadline 10 de dezembro de 2024.

Envio por mail de dossiê*: laperereka@sindominio.net
Duvidas whatsapp: (11) 950.87.9001

  • * Dossiê precisa incluir: Proposta de obra/intervenção + necessidades técnicas + bio de artista ou coletiva

Seguindo o desejo de ativar La Perereka (@laperereka) como galeria profana das artes sonoro-visuais e performativas, convidamos artistas residentes no Rio de Janeiro a expor, performar e vender obras que interpelem a ideia de #restos #restantes, a experimentar com esse conceito “maldito” quebrando o binômio utilidade-inutilidade, a compartilhar os restos de suas artes, a movimentar suas percepções dentro do Primeiro Festival RESTOS, previsto do 10 de janeiro ao 10 de fevereiro de 2025 na cidade de Rio de Janeiro, Brasil.

São aceitas todas as expressões artísticas com especial interesse nas práticas híbridas e performance, assim como gravura, escultura, pintura, dança, música, moda, audiovisual, fotografia, marionete e ensaio artístico.

O Festival RESTOS é uma exposição, uma instalação, um ciclo de ações artísticas e bate-papos, mas sobretudo é uma experiência colaborativa sensorial, uma intervenção coletiva *site specific* na Colab La Perereka, sobrado lesbo-transfeminista situado na Rua Frei Caneca, n° 54, no centro histórico de Rio, onde serão compartilhadas perguntas e propostas estéticas sobre aquelas coisas que nomeamos “restos”.

Abrimos um chamado duplo:

A) Para artistas residentes no Estado de Rio de Janeiro (propostas presenciais);

B) Para artistas do resto do planeta (propostas audiovisuais ou virtuais).

Datas:

Festival RESTOS / Colab LA PEREREKA

Do 10 de Janeiro de 2025 (sexta-feira) até o 9 de Fevereiro (domingo) de 2025.

Sextas, sábados e domingos, das 16h às 21h.

Compromissos da La Perereka:

  1. Criação de fotobook na Perereka com cada artista e obra selecionada para catálogo de divulgação. Dezembro de 2024
  2. Elaboração de dossiê de imprensa e promoção em mídia, redes sociais e site www.perereka.cc Dezembro de 2024
  3. Disponibilização do sobrado ateliê como galeria para exposição, intervenção e venda de obras entre o 5 de janeiro e o 15 de fevereiro de 2025. La Perereka responsabiliza-se pelos custos econômicos da manutenção da infraestrutura, (eletricidade, água, internet profissional, equipamentos audiovisuais, cozinha e faxina).
  4. Carta de convite oficial (dezembro de 2024) para captação de fundos de produção por parte das artistas selecionades Festival Restos 2025.

Compromissos da artista/ coletiva:

  1. Participação presencial ou virtual na produção de materiais promocionais da artista e da sua obra na Perereka (Dezembro de 2024).
  2. Montagem da obra (8 de janeiro-10 de janeiro de 2025) e desmontagem (10-12 de fevereiro de 2025).
  3. Bate-papo presencial ou virtual na Perereka (Ciclo Diálogos Restos).
  4. Tanto a obra original como as obras derivadas ficarão à venda pública, conforme os desejos e planificação de cada artista durante o Festival RESTOS. Contribuição destinada à Colab La Perereka de 30% da venda da obra. Caso não tenha venda a artista não deverá fazer nenhuma contribuição econômica.

Documentos para assinar entre La Perereka e artista/coletiva:

  1. Assinatura de contrato de colaboração com La Perereka
  2. Assinatura de Certificado de autenticidade da obra.
  3. Autorização de usos de imagem da Colab La Perereka com Licencia Libre Creative Commons CCBYSA 4.0.

Manifest

FESTIVAL RESTOS: STATEMENT

O resto é o que sobra, o que fica de um todo.

O resto é o saldo, o resíduo, o excedente.

Sou aquilo que sobeja, o remanescente.

O resto é o que fica do que usou-se.

O resto é o outro, a outra, ou mais.

O que resta está no lixão.

Viva o resto.

Os restos são as ruínas, destroços, despojos mortais, cadáveres.

Os restos são os últimos, os derradeiros.

Somos os restos compostados e transmutados.

Os restos são partículas alimentícias.

Os restos são mapas de existências.

Os que restam e restauram.

Viva os restos.

O rosto resto que resta… O que pode acontecer se abrimos uma pequena e divertida brecha para os restos e restantes planetários desde a cidade de Rio de Janeiro, epicentro cultural donde confluem distintas forças e entidades, cidade que não dorme, cidade que não descarta nada, cidade que resta junto as violências da historia da humanidade na frente do rosto?

Em meio aos movimentos culturais que estão rebrotando no Rio de Janeiro, quatro anos após a pandemia da COVID, entre as que ficaram, as que restaram, as que chegaram, restantes duma resistência vital… Em meio a hiperprodução acelerada de imagens e relatos no ciberespaço, nos perguntamos pelos restos, o que resta de uma terra, o que resta de um amor, o que resta de uma casa, o que resta de uma obra, de um processo. Nos perguntamos pelos traços dos sobrantes, os restos das violências e dos erros que foram /são/serão reproduzidas pelos humanos.

O que fazer com “esses restos”?

Podemos imaginarmos como “restos” planetários?

Que mensagens e sinais emergem dos “restos” materiais? E dos “restos” imateriais?

Quais desafios propõem “os restos” na vida cotidiana?

Como dialogam os restos de uma cidade como “os restos” de uma floresta?

Como podemos coletivamente acolher “os restos”?

Que formas de cuidado precisam “os restos”?

Como usar “os restos” como abono e nutrientes?

Como restaurar-nos com “os restos”?

Qual é “o restante” o “entre” dos binarismos?

Podemos inventar treinos de sobrevivência e cuidado com “esses restos”?

Qual é “o resto” da vida?

Durante nossa estadia corporal nesta nossa vida, coletamos conhecimentos, sentimentos, lembranças, memórias coletivas e individuais… O corpo termina seu ciclo vital junto à terra, gerando alimento para vidas microscópicas. A terra alimenta-se dos corpos mortos. Microorganismos e insetos fazem a nossa decomposição. Restam os ossos que sustentaram sua carne durante anos, meses ou dias. Os ossos restam. O resto vira outra coisa.

Queremos conectar através da ideia de “restos” algumas perguntas, preocupações e inquietudes que estão pegando força e afetando todes nós, em diferentes camadas e níveis, no contexto atual de colapso climático, aumento das ideologias fascistas, emergência social, guerra global permanente e também rearticulações das resistências comunitárias. Entendemos os restos como um desafio conceitual planetário. Como coabitam os restos com os restos dos restos dos restos. Em espanhol, se vc tira a primeira “s” da palavra “restos” fica “retos”, que significa “desafios”.

Amadoras de restos, artistas que gostam de brincar com os restos, em toda sua amplitude conceitual, são convidades a propor uma obra no Primeiro Festival RESTOS que terá lugar do 10 de janeiro ao 10 de fevereiro de 2025 na Colab La Perereka, Rio de Janeiro, Brasil.

PALAVRAS AMIGAS

Natureza, ecologias, relacionamentos, precariedades, dores, afetos, cuidados, corpos, terras, matérias, movimentos, ciclos, metabolismos, transmutações, nurture, artevida, atrevida, atrevimento, alegria, rito, multiplicidade, regeneração, cura, denúncia, devolução, restauração.