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DEJETOS DE QUALQUER JEITO

Sábado 18 de janeiro de 2025, 20h.

Performance, duração: 40 minutos.

Sinopse:

Performance concebida como uma ação-instalação site-responsive, itinerante e interativa que investiga relações entre história e território com foco no papel de práticas artísticas e intelectuais na construção de memória social. A partir de um mostra/exibição, guiada por uma voz gravada, de objetos designados como detritos recuperados de assombramentos e sonhos, o público será estimulado a participar na concretização de memórias lembradas e/ou apagadas. Ao longo deste processo, as ações e falas de um performer (cuja presença será revelada como parte da mostra; ou seja, o performer será apresentado como sendo, ele mesmo, detrito recuperado) ameaçarão a integridade da mostra e das narrativas apresentadas pela voz gravada.

A ação começará na escadaria da entrada da Perereka, onde estarão instaladas vários objetos –entre esses, uma bandeira; um pano de chão (limpo); uma fotografia velha; uma sacola de plástico; uma nota fiscal; uma meia (suja); uma folha morta (porém verde) –expostas em mesas ou prateleiras como se fossem obras em um museu, com descrições da sua significância montadas do lado.

Uma voz gravada orientará o público, oferecendo dicas de como interpretar esses objetos e apontando por relações entre os detritos que fazem parte da mostra e os processos históricos envolvidos em várias transformações do centro do Rio de Janeiro. Eventualmente, a gravação instigará o público a participar mais ativamente, ora pela manipulação dos objetos que já fazem parte da mostra, ora pela adição de novos objetos e descrições.

Ao longo desse processo, um performer começará a recitar uma espécie de palestra/manifesto, enquanto revela uma longa corrente feita de outros detritos juntados através de costura ou alfinetes. A palestra/manifesto – juntando fragmentos de lembranças pessoais, sonhos recordados e trechos de escritas acadêmicas e jornalísticas – servirá como problematização da mostra, além da reflexão sobre as complexidades e cumplicidades associadas a processos oficiais de preservação de memória. Enquanto isso, a voz gravada continuará a conduzir o público pelo espaço.

 

RAPHI SOIFER (Boston, EEUU, 1981)

raphi soifer (ele/elu) é performer, pesquisador e bagunceiro estadunidense radicado e radicalizado no Brasil. Seu trabalho tem como foco a memória social, dinâmicas de poder, e estéticas de resistência em espaços urbanos ditos públicos. Desde 2009, desenvolve ações e intervenções solos nas ruas do Rio de Janeiro, além de integrar coletivos como o Museu de Colagens Urbanas, Casa 24 e Teatro de Operações. Em Nova York, apresentou performances em Dixon Place, Le Petit Versailles e Our Wicked Lady,entre outros. Doutore em Planejamento Urbano pela UFRJ, raphi foi professore na UFF, Colby College (Maine, EUA) e Bard Prison Initiative (Nova York, EUA). raphi é Pesquisadore Visitante na ESDI/UERJ.

@raphissimx
www.raphisoifer.com